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Uma história de transformação através da ciência e da inovação
Empresas  Tabaqueira

Uma história de transformação através da ciência e da inovação

Saber inovar e acompanhar as necessidades dos consumidores é determinante para o sucesso de uma empresa cuja longevidade é um caso singular no meio empresarial português. Um agente ativo e dinamizador da economia nacional que comemora 96 anos de existência desde a sua fundação pelo emblemático empresário Alfredo da Silva.


Publicado em 30 de Janeiro de 2023 às 17:38 | Por Cofina Boost Content

Bilhete de Identidade

Tabaqueira

- Fundada em 1927, em Lisboa;

- Produção e comercialização de produtos de tabaco;

- 1.400 trabalhadores;

- Fábrica e centros globais de serviços em Albarraque, Sintra;

- 498 milhões de euros em volu-me de negócios em 2021 (Gru-po Tabaqueira);

- 719 milhões de euros em expor-tações;

- 1,2 mil milhões de euros em receita fiscal.

Os registos históricos mais antigos sobre a existência da indústria do tabaco em Portugal remontam ao século XVII. Esta atividade foi um monopólio do Estado durante mais de 300 anos, até 1927. Nesse ano, a 1 de agosto, Alfredo da Silva, emblemático empresário português e criador do império CUF, funda “A Tabaqueira S.A.R.L.”. À época, o setor foi dividido entre duas empresas, sendo a Companhia Portuguesa de Tabacos a outra concorrente no mercado.

Nas suas três primeiras décadas de vida, a atividade da Tabaqueira desenvolveu-se em fábricas já existentes, arrendadas ao Estado. Finalmente, em maio de 1962, é inaugurada a fábrica de Albarraque, no concelho de Sintra, que foi pensada, desenvolvida e construída pela Tabaqueira. Inaugurada pelo então presidente Américo Tomás e descrita à época na imprensa como “a mais completa e perfeita fábrica de tabacos da Europa”, foi concebida como um grande e moderno centro de produção por D. Manuel de Mello, genro de Alfredo da Silva, e um empreendedor igualmente visionário. Seguindo o exemplo do histórico Bairro da CUF, este concebeu para Albarraque um polo urbano para acomodar o pessoal que foi deslocado para Sintra com o encerramento das antigas instalações do Poço do Bispo. Nascia, assim, o Bairro da Tabaqueira, com várias centenas de habitações para os trabalhadores, um centro de comércio, refeitório, creche, escola, unidade de saúde, instalações desportivas e igreja.

O bairro ainda existe e sessenta anos após a inauguração da fábrica, esta mantém-se como um dos mais modernos e relevantes centros produtivos mundiais da Philip Morris Internacional (PMI), grupo ao qual a Tabaqueira pertence desde 1997.

Privatização e investimento

O que nos leva ao outro grande marco da história da empresa, que foi a sua reprivatização em 1997. No pós-25 de Abril a empresa tinha sido nacionalizada, mas nos anos 80 já existia uma frutuosa parceria com a PMI, que viria a adquirir a empresa. A PMI fez um forte investimento na empresa e na modernização da fábrica, que foi orientada para a exportação. Se, em 1997, ano da reprivatização, apenas 3% da produção se destinava aos mercados externos, hoje, e 390 milhões de euros de investimento depois, a Tabaqueira bate recordes de exportação (719 milhões de euros em 2021), vendendo 86% da produção, para mais de 20 mercados, posicionando-se como um dos centros de produção mais eficientes da PMI.

Mais recentemente, à capacidade de exportação de bens juntou-se a capacidade de exportação de serviços de alto valor acrescentado, com a PMI a selecionar Portugal para localizar vários centros de excelência e departamentos globais, que prestam serviços a diversos mercados do grupo. Desde 2016, e por via do investimento da casa-mãe em Portugal, estabeleceram-se em Albarraque o Departamento de Leaf, o Departamento de Corporate Audit, o Platform Engineering Hub, e o Departamento de Planning, Budgeting and Financial Reporting, tornando a Tabaqueira num centro de serviços da PMI para o mercado global.

O foco em inovação (…) tem permitido à operação da Tabaqueira ganhar continuamente competitividade e eficiência.

Marcelo Nico, diretor-geral da Tabaqueira

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Portugal ganha centros de excelência da Philip Morris International

É, pois, a partir de Sintra, que, por exemplo, se presta apoio a mais de uma dezena de países produtores de tabaco, na Europa, Médio Oriente e África, através do Departamento de Leaf, garantindo a gestão, no terreno, de centenas de técnicos que apoiam as boas práticas agrícolas nestas geografias. Da mesma forma, o IT Hub desenvolve, em Portugal, aplicações de software que dão suporte a várias áreas do grupo, incluindo toda a cadeia de produto, comercialização e criação de valor, e fornecendo, por exemplo, aplicações e soluções na área da agricultura de precisão, na área de e-commerce, ou para a cadeia de abastecimento, apoiando as fábricas da PMI no mundo. Uma enorme evolução para uma empresa com 96 anos de existência.

Para Marcelo Nico, atual diretor-geral da Tabaqueira, “esta longevidade é explicada, sobretudo, por dois fatores”. “O primeiro é o foco em inovação, no sentido de acompanhar as tendências e avanços tecnológicos que ao longo de quase dez décadas foram surgindo e que, por via do investimento contínuo e sustentado, têm permitido à operação da Tabaqueira ganhar continuamente competitividade e eficiência, com o foco na sustentabilidade”. O segundo fator é “o cuidado com as pessoas, no sentido em que a Tabaqueira sempre procurou garantir as condições para o florescimento – pessoal e profissional – dos seus trabalhadores e, nessa medida, sempre contou com a sua dedicação, exemplo e orgulho por ajudarem a construir a história de uma empresa que é, hoje, um dos principais grupos exportadores da economia nacional e que impacta um conjunto muito alargado de agentes económicos e fornecedores nacionais”. De acordo com um estudo recentemente promovido pela Tabaqueira, a sua atividade impacta direta e indiretamente cerca de 41 mil pessoas.

Atração e retenção de talento é prioridade

É sabido que a capacidade de atração e retenção de talento é uma característica das empresas com maior longevidade. Marcelo Nico dá exemplos concretos de como a capacidade de atração e retenção de talento são prioridades absolutas para a empresa: “Desde 2018, recrutámos mais 550 trabalhadores e mantemos várias vagas em aberto, nomeadamente para funções de engenharia no IT Hub da PMI localizado em Portugal.” A esta capacidade de atração e criação de emprego junta-se, nas palavras do diretor-geral, “a criação de uma cultura laboral marcada pela diversidade, pela inclusão e pela igualdade, que é fundamental para garantir a realização pessoal e profissional dos nossos trabalhadores, garantindo-lhes o estado de espírito necessário à inovação e à criação de valor no longo prazo”. Neste contexto, refira-se que a Tabaqueira tem a Certificação em Igualdade Salarial que garante, para a mesma função, o pagamento de salários iguais a homens e mulheres, com 42% dos cargos de gestão local atualmente ocupados por mulheres.

Desde 2018, recrutámos mais 550 trabalhadores e mantemos várias vagas em aberto, nomeadamente para funções de engenharia no IT Hub da PMI localizado em Portugal.

Marcelo Nico, diretor-geral da Tabaqueira

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Para este posicionamento exemplar da empresa concorre um foco muito claro na sustentabilidade. Para Marcelo Nico, “a sustentabilidade só é concretizável se for transversal a todas as áreas em que a empresa atua”. “Por isso, ao assumirmos a sua centralidade na nossa estratégia de negócio, temos como missão mitigar ao máximo os impactos sociais e ambientais, tanto dos nossos produtos, como da nossa operação”. Neste contexto, a Tabaqueira divulgou recentemente o seu Roteiro para a Sustentabilidade até 2025, que, do ponto de vista do produto, assume como desígnios, o aumento da representatividade e do número total de utilizadores de produtos alternativos aos cigarros, a redução do desperdício pós-consumo e a prevenção do lixo associado aos seus produtos.

Progresso claro rumo à sustentabilidade

Para a Tabaqueira estes objetivos não são apenas aspiracionais. Na verdade, o progresso da empresa rumo a sustentabilidade é regularmente medido. “Recentemente, apresentámos o nosso relatório de sustentabilidade anual, relativo a 2021, com os principais resultados da estratégia de sustentabilidade da Tabaqueira, assim como das iniciativas realizadas com vista à sua concretização” nota Marcelo Nico. Desse relatório é de destacar, por exemplo, o decréscimo sistemático do consumo de energia da operação fabril que, tomando como referência 2010, corresponde a uma redução de 44%. A redução de 74% das emissões face a 2010, e a obtenção da certificação PAS 2060, que assegura a neutralidade carbónica da fábrica da Tabaqueira. E a consistente redução do consumo específico de água, com a certificação Alliance for Water Stewardship da fábrica, que atesta as boas práticas na gestão deste recurso.

A Tabaqueira tem uma cultura laboral marcada pela diversidade, pela inclusão e pela igualdade, que é fundamental para garantir a realização pessoal e profissional dos nossos trabalhadores.

Marcelo Nico, diretor-geral da Tabaqueira

Em 2016, a PMI anunciou a sua nova visão: caminhar progressivamente rumo a um futuro sem fumo, ou seja, sem cigarros. O responsável explica esta aposta: “Na Tabaqueira, acreditamos que é possível substituir os cigarros por melhores alternativas, ao disponibilizarmos aos fumadores adultos que, de outra forma, continuariam a fumar, novos produtos devidamente substanciados por evidência científica.” Para atingir este objetivo, a inovação, a ciência e a tecnologia estão hoje no centro do modelo de negócio da empresa. Desde 2008, altura em que lançou um novo centro de Investigação e Desenvolvimento, na Suíça, onde trabalham cerca de 980 investigadores da área das ciências da Saúde e da Engenharia, a PMI já investiu cerca de nove mil milhões de euros no desenvolvimento, substanciação científica, fabrico, comercialização, e inovação contínua de novos produtos.

Ao iniciar este processo de transformação, a PMI pôs “a ciência e a inovação tecnológica no centro do seu negócio”. Por isso foram, enquanto grupo, “acumulando experiência na área da aerossolização e das terapêuticas inalatórias”. De forma a alavancar essas competências, em 2021, a PMI investiu na aquisição de empresas de saúde e tecnologia da saúde (Fertin Pharma, Otitopic e a farmacêutica Vectura). “Isso permite-nos ir para além dos produtos de nicotina e expandir para novas áreas relacionadas com o bem-estar e os cuidados de saúde, desenvolvendo soluções inovadoras que permitam responder a necessidades terapêuticas não satisfeitas”, explica o responsável. “Estamos tão comprometidos com esse caminho que, em 2025, temos como objetivo atingir mil milhões de dólares em receitas líquidas provenientes destes produtos, que nada têm a ver com nicotina”, conclui.

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