Fundada em 1834, com o nome Associação Mercantil Lisbonense, tem atravessado séculos e fortalecido o seu papel no apoio às empresas portuguesas. Com uma ênfase especial na internacionalização das empresas, a Câmara de Comércio e Indústria espera que as exportações venham a representar 50% do PIB dentro de poucos anos.
Publicado em 19 de Agosto de 2022 às 17:00 | Por Cofina Boost Content
- 1.167 Associados;
- 130 iniciativas (2021);
- 7.000 Participantes em iniciativas (2021);
- Rede de 62 Câmaras de Comércio Portuguesas em 40 países;
- Centro de Arbitragem Comercial.
Fundada por Francisco António de Campos, barão de Vila Nova de Foz Côa, a então Associação Mercantil Lisbonense (AML) foi pioneira no associativismo empresarial em Portugal. Sendo a primeira corporação económica do País, os seus primeiros estatutos estabeleciam que a AML tinha como objetivo “promover tudo quanto possa julgar-se útil ao Comércio Português e tendente à prosperidade nacional (…) abstendo-se de toda a ingerência política ou religiosa”. Objetivos que datam de 1834, mas que se mantêm atuais.
Esta continua a ser a base de atuação da, agora, Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP). Uma entidade que já atravessou séculos ao serviço das empresas, mas que, como explica João Pedro Guimarães, seu secretário-geral: “No fundo mantém os objetivos e os princípios, mas vai ao seu encontro de formas diferentes e sempre atuais.” Objetivos que, diz, passam por “um apoio permanente e abrangente, cobrindo todas as áreas necessárias, ao desenvolvimento e crescimento das empresas e dos empresários”, e “sempre de uma forma independente”, uma das características da CCIP. Sendo “o parceiro de referência para as empresas, especialmente PME, em diversos temas fundamentais, entre os quais a internacionalização e o incremento das exportações das PME portuguesas”, a CCIP, explica João Pedro Guimarães, apoia os seus associados “em todos os momentos, incluindo os de crise e instabilidade, tal como o que estamos a viver atualmente, e tal como os que vivemos durante os dois anos de pandemia”.
Durante a pandemia de Covid-19, a CCIP manteve-se sempre em contacto e a trabalhar com o Governo, de forma a defender os interesses dos seus associados. Nesse contexto criou, em 2020, e em colaboração com o Ministério da Economia, um gabinete para apoiar e esclarecer todas as dúvidas das empresas. Uma iniciativa que prova que um dos segredos para a longevidade desta associação é a adaptação contínua aos tempos em que vive. Para João Pedro Guimarães, “a flexibilidade e a agilidade têm permitido ir ao encontro do que as empresas precisam”, sendo um exemplo “a imediata passagem para o digital no âmbito da pandemia”.
A CCIP vai continuar a desenvolver ações para que a economia portuguesa se desenvolva, se torne verdadeiramente competitiva e produtiva, assentando em empresas portuguesas fortes e criadoras de valor e riqueza para o País.
Em abril de 2020, mesmo no início do confinamento, a Câmara de Comércio e Indústria conseguiu ter toda a sua atividade a ser prestada de forma digital. E por “toda a atividade”, entende-se todos os eventos a que sempre habituou os seus associados, como revela o secretário-geral: “Atividades como formações e missões internacionais virtuais – e relativamente a estas últimas comecei por ter dúvidas – que foram (e ainda são) um sucesso, com grande adesão dos nossos empresários.” Estes eventos, que ao início terão causado reticências, rapidamente se transformaram no meio para pessoas e empresas continuarem a poder comunicar e funcionar quando tudo estava fechado. Uma mais-valia que a CCIP anteviu e que fez com que o número de pessoas a assistir aos eventos tivesse aumentado. Porque, neste formato virtual, “conseguimos ficar mais próximos de muitos dos associados e clientes que não estão em Lisboa, ganhando assim uma maior abrangência territorial na prestação dos serviços. Por exemplo, nos bootcamps tornou-se normal ter cerca de 500 pessoas a assistir”, refere João Pedro Guimarães.
Antes da pandemia, para alguns era comum a utilização de plataformas como o Zoom ou o Teams, para a realização de algumas reuniões, mas para outros, menos adeptos ou familiarizados com as tecnologias, nem tanto. Essa realidade mudou, por força das circunstâncias, e os associados que não utilizavam, ou não conheciam tão bem, as tecnologias, sentiram-se motivados a aderir às novas formas de comunicação, atendendo, também, à necessária interacção com a associação e à digitalização dos seus serviços.
Os meios de comunicação digitais tiveram um aumento considerável de utilização no quotidiano das empresas, e de inserção nas atividades do dia-a-dia da Associação. João Pedro Guimarães explica que “a promoção de formações, de eventos de debate e partilha de informação são formas que temos para envolver os nossos associados, possibilitando que possam mais facilmente interagir entre si, e que acelerem a sua própria transição digital, tão necessária nos tempos em que vivemos. E, se é verdade que existem diferentes velocidades, diria que a maior parte das empresas, com a pandemia e o confinamento, já tem uma maior noção do tema e da sua relevância”. Ajudar os empresários a adquirir competências é um dos grandes objetivos da Câmara de Comércio e Indústria. Nesse sentido, a associação aposta em diversas ações, presenciais ou online, de pós-graduações a formações à medida de cada empresa, conforme as necessidades de cada uma.
Mas o apoio da CCIP às empresas não se fica por aqui. A internacionalização das empresas é algo muito importante para a economia portuguesa e esta associação dá todo o apoio nesse sentido. A Câmara de Comércio e Indústria tem trabalhado muito, como refere o seu Secretário-geral, para desenvolver a internacionalização das empresas e para que “as exportações venham, como se deseja, a representar 50% do PIB já daqui a poucos anos”. Este apoio da CCIP, largamente reconhecido, passa pela consultoria internacional, assim como pela realização de seminários sobre mercados, e de missões empresariais (agora também de forma virtual) a alguns países, previamente selecionados pelo seu potencial de crescimento económico, e que oferecem às empresas oportunidades de negócio nas mais diversas áreas.
Somos o parceiro de referência para as empresas, especialmente PME, em diversos temas fundamentais, entre os quais a internacionalização e o incremento das exportações das PME portuguesas.
A agenda de cada empresa que participa nestas missões empresariais é customizada, com reuniões focadas no contacto com potenciais parceiros de negócio, feita a partir dos objetivos individuais e do tipo de contactos pretendido, definidos previamente pela empresa, com a CCIP. A par das reuniões, são também organizados momentos de networking, para que, de forma mais informal, os participantes possam ter acesso a empresários locais, ou a empresários portugueses que já operam naquele mercado. Para fortalecer e consolidar esta rede internacional de contactos, foi lançada, em 2016, a RCCP – Rede de Câmaras de Comércio Portuguesas, uma organização que inclui já cerca de 60 Câmaras de Comércio Portuguesas espalhadas pelo mundo e que a CCIP tem dinamizado.
Ao falar em missões internacionais e viagens, não se pode deixar de pensar no Ambiente e nas medidas de sustentabilidade que devem ser tomadas, por todos, para o proteger. E a Câmara de Comércio e Indústria não é exceção. Pelo contrário, a CCIP participa ativamente em atividades de defesa do Ambiente tendo, por exemplo, aderido ao Compromisso Lisboa Capital Verde Europeia 2020 – Ação Climática Lisboa 2030. Um compromisso que reflete a mobilização conjunta da cidade rumo à sustentabilidade ambiental. A CCIP tem também tornado mais sustentáveis algumas das suas práticas, e tem previsto, para este ano 2022, um bootcamp destinado à sustentabilidade, ou não fosse este um dos temas que consta “do Manifesto do novo Presidente da CCIP, o Dr. Rui Miguel Nabeiro [eleito em março de 2022], que tem uma grande preocupação com este tema e um grande interesse no seu desenvolvimento”, explica João Pedro Guimarães.
Considerando que “o combate às alterações climáticas é uma obrigação coletiva, na base do qual se devem sustentar as economias”, o secretário-geral da Câmara de Comércio e Indústria explica que “o novo Pacto Ecológico Europeu, os compromissos assumidos na COP26 [a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas] e a crescente preocupação dos consumidores em adquirir produtos e serviços de marcas ambientalmente responsáveis levam‑nos a querer desenvolver o debate e a partilha de informação sobre o tema, mas também desenvolver formações na área da sustentabilidade”.
A CCIP vai continuar a ‘casar’ tradição com modernidade e continuar, também, a ser útil às empresas, mantendo-se sempre flexível e interpretando bem as suas necessidades.
A Câmara de Comércio e Indústria mostra, assim, que só através da sua capacidade de “saber interpretar os tempos, e as necessidades das empresas e dos empresários e ir ao encontro do que precisam”, como refere João Pedro Guimarães, é possível atravessar quase dois séculos de história. O futuro é difícil de prever, mas o secretário-geral da associação diz não ter dúvidas “de que a CCIP vai continuar a ‘casar’ tradição com modernidade e continuar, também, a ser útil às empresas, mantendo-se sempre flexível e interpretando bem as suas necessidades”. Vai continuar a desenvolver ações para que a “economia portuguesa se desenvolva, se torne verdadeiramente competitiva e produtiva, assentando em empresas portuguesas fortes e criadoras de valor e riqueza para o País”. João Pedro Guimarães revela que o desejo da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa é “que Portugal aproveite todo o seu potencial”, e, para isso, o País, e em especial as suas empresas, podem sempre contar com o apoio da associação para que esse desejo se concretize.
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